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A cultura duma sociedade, faz parte integrante da formação do homem e do cidadão. Desde que nasce, o homem recebe inúmeras influências do seu meio cultural que predominarão no seu modo de vida, nos seus gostos, crenças e atitudes. Uma sociedade preconceituosa tende a excluir os que não fazem parte da maioria, e privá-los da participação social. Tal como é referido no artigo 30º da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, “Os Estados Partes reconhecem o direito de todas as pessoas com deficiência a participar, em condições de igualdade com as demais, na vida cultural”.

 

Neste sentido, há que promover a acessibilidade, o que vai muito além da anulação de barreiras arquitetónicas. Existem outros tipos de obstáculos tais como, atitudes e comportamentos de exclusão e discriminação, que impedem a inclusão social da pessoa com deficiência.

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Falamos de acessibilidade atitudinal.

 

Neste âmbito, a atitude reporta-se à componente afetiva, refletida pelas pessoas sem deficiência perante a deficiência (Sassaki 2006, 112).

Quando se refere aos espaços culturais, a acessibilidade atitudinal relaciona-se com o desempenho social dos funcionários perante a presença de pessoas com deficiência, considerando-se que o seu desempenho contribui amplamente para a efetivação de uma inclusão plena nestes espaços. Por isso, o modo como se recebe este público. pode ou não constituir uma barreira de acesso ao conteúdo do espaço cultural.

 

Naturalmente que se a atitude for negativa, a vontade de usufruir do espaço cultural, vai certamente ser colocada em causa. Por outro lado, pode influenciar o grau de satisfação ou o à vontade com que é vivenciada a visita. Assim sendo, a acessibilidade atitudinal, é uma vertente muito importante a considerar na acessibilidade, e que, na maioria dos casos, não é levada em conta, pois considera-se que a acessibilidade fica completa na adaptação do espaço físico e da informação.

As atitudes negativas podem resultar da falta de informação, ou da existência de preconceitos, que levam as pessoas sem deficiência a sentirem-se desconfortáveis ou pouco tolerantes na presença de pessoas com deficiência. Esta atitude, porém, constitui a pior barreira à acessibilidade que pode existir, já que é a falta de sensibilidade ou a rejeição, que pode impedir, de um modo bastante directo, o usufruto e a participação dos públicos com deficiência nos espaços culturais.

 

Porém, não se pode esperar que a sociedade inclusiva aconteça de um momento para o outro. Iniciar a sua construção, requer a mudança de opiniões, num processo de desenvolvimento social global, articulado com reformulações legais e apoios financeiros. Estes dois últimos, isoladamente, não garantem a inclusão, sendo fundamental a dedicação e a aptidão das pessoas envolvidas. Por isso mesmo, quanto maior conhecimento as pessoas sem deficiência tiverem acerca das pessoas com deficiência, menos preconceituosas se tornam em relação à sua presença, e daí a importância da formação e sensibilização dos funcionários dos espaços culturais para as questões da deficiência.

 

Compreender e conhecer a realidade das pessoas com deficiência, garante que os profissionais que as acolhem, sejam inclusivos e assim os espaços culturais podem considerar-se totalmente acessíveis.

As barreiras atitudinais não são visíveis como as barreiras físicas, na maioria das vezes, são inconscientes, e de difícil reconhecimento por parte de quem as pratica.

 

O desconhecimento é a base para o avanço das barreiras atitudinais. As deficiências devem ser vistas dentro de um contexto de diversidade e dentro deste deve ser respeitada a singularidade de cada um.

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