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“Eu sou apenas uma, mas ainda sou uma. Não posso fazer tudo, mas ainda posso fazer algo; e, não é porque não posso fazer tudo, que me recusarei a fazer algo que posso fazer.” (Helen Keller)

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Tony Weaver, ator, encenador e formador em arte dramática

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Entre as décadas de 1980 e 1990 o acesso de pessoas com deficiência às práticas artísticas, nomeadamente nas áreas da Dança e do Teatro, tornou-se crescente em Portugal.

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Realizado em primeiro lugar em contexto institucional, onde foram criadas condições para que estas pessoas passassem a viver experiências de auto expressividade aliadas ao desenvolvimento da autoestima e autoconfiança, relevantes para viabilizar a sua inclusão humana, educacional e social, este acesso permitiu-lhes igualmente desenvolverem e concretizarem as suas potencialidades, apropriando-se de competências sociais que lhes permitem perceber a prática artística como forma de realização profissional e de exercício do seu direito de cidadania.

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Até aí consideradas pessoas incapazes para tais práticas, elas inauguraram na cena artística um despertar para novas possibilidades estéticas de movimento, criação e produção, mostrando que são muito mais do que as suas diferenças.

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Responsáveis por esse despertar são os vários grupos criados em Portugal no final dos anos oitenta e durante os anos noventa. Companhias como o Grupo Crinabel Teatro, a Plural Companhia de Dança, a Era Uma Vez...Teatro" - Companhia de Teatro Amadora e o Grupo de Teatro Fantasia, entre outros, foram marcos para o surgimento de novos olhares sobre a arte produzida por pessoas com deficiência.

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Nos anos 2000, juntaram-se a estas, novas estruturas artísticas como o Dançando com a Diferença, a CiM-Companhia de Dança, o Teatro Duas Senas e a Terra Amarela – Plataforma de Criação Artística Inclusiva, que a par de todas as outras, têm tornado crescente a participação de artistas com deficiência no panorama cultural nacional, com o propósito de promoverem o direito à diferença através de novas abordagens de criação artística face à inclusão.

 

A intenção é promover a inclusão social e difundir a ideia de que a deficiência é capaz de gerar olhares criativos e instigantes sobre a arte, traduzidos em criações que surpreendem pela qualidade e capacidade de interpretação.

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Para estas estruturas, a valorização dos artistas com deficiência passa também por um processo de acessibilidade. Ela tem de ser pensada em todos os aspetos que envolvem a produção cultural. O artista com deficiência deve ser legitimado pelo seu projeto artístico e como cidadão devem ter-se em conta as suas especificidades corporais tanto no que diz respeito aos equipamentos culturais como no que se refere à distribuição das suas criações para os públicos mais diversos, para que desta forma se possa construir uma participação sem barreiras ou exclusões, onde sejam criados espaços e experiências nos quais as diferentes maneiras de ser e de se expressar possam ser vivenciadas com naturalidade e respeito mútuo, para que não apenas o artista vá ao encontro da sociedade, mas para que a sociedade vá ao encontro do artista.

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Deste modo, os diversos equipamentos culturais existentes no nosso país devem acompanhar as mudanças estabelecidas na lei na perspetiva de uma modificação mais além da estrutura física, rumo à descoberta de uma nova realidade cultural.

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Dançando com a Diferença

Era uma vez...teatro

Terra Amarela

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